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Tríduo Pascal é momento de renovação espiritual para os católicos


Celebrações da Quinta-feira Santa até o Domingo da Ressurreição formam o coração da liturgia católica
Fiéis da Catedral de Naviraí durante missa nesta semana santa. Foto: Pascom Por: Soares Filho | 17/04/2025 11:00

O Tríduo Pascal, que se inicia na Quinta-feira Santa e se estende até o Domingo da Páscoa, é o ponto culminante de todo o ano litúrgico da Igreja Católica. Trata-se de um convite profundo para os fiéis mergulharem no mistério central da fé cristã: a paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Durante esses três dias sagrados, todas as paróquias do mundo seguem um mesmo rito litúrgico, com orações, leituras bíblicas e gestos simbólicos que unem a Igreja Universal em oração e reverência.

Embora muitas paróquias tenham programações específicas, o rito é o mesmo em toda a Igreja Católica. Isso significa que, independentemente da paróquia escolhida, cada fiel encontrará os mesmos momentos litúrgicos — a Ceia do Senhor, a Celebração da Paixão e a Solene Vigília Pascal — conduzindo-os por um itinerário espiritual intenso e transformador.

O pároco da Catedral Nossa Senhora de Fátima em Naviraí, padre Sidnei Rodrigues Ribeiro, destaca que a Semana Santa é o resumo da caminhada cristã:

“A Semana Santa é a grande semana da fé cristã e tem início no Domingo de Ramos, depois dos 40 dias que a antecedem em preparação, onde se propõe uma caminhada de jejum, oração e caridade. Iniciamos a Semana Santa com o Domingo de Ramos, onde se lê a Paixão de Jesus e sua entrada triunfal em Jerusalém. Ele, como Filho de Deus, chega à cidade santa para se oferecer em sacrifício pela salvação do mundo. É aclamado como o rei, o Filho de Davi, com direito de reinar sobre Israel em nome de Deus. Israel somos todos nós — o novo Israel são aqueles que se tornam filhos de Deus pela adesão na fé a Jesus Cristo, salvador e redentor.”

Quinta-feira Santa: o amor que serve

A Quinta-feira Santa marca o início oficial do Tríduo Pascal. Neste dia, a Igreja celebra a instituição da Eucaristia e do sacerdócio ministerial, com a tradicional Missa da Ceia do Senhor. Durante a celebração, os fiéis são convidados a refletir sobre o mandamento do amor e o exemplo de humildade deixado por Cristo.

Após a ceia, Jesus vai ao Horto das Oliveiras e inicia sua agonia espiritual. É nesse local que Ele é traído por Judas, preso pelos guardas do templo e levado a julgamento.

Sexta-feira Santa: o silêncio do sacrifício

A Sexta-feira da Paixão é o único dia do ano em que não se celebra a Santa Missa. A liturgia é marcada pela Celebração da Paixão do Senhor, leitura do Evangelho, orações universais e a Adoração da Cruz.

“Na Sexta-feira Santa temos a celebração da Paixão às 15h, hora da morte de Jesus, celebrando esse momento supremo de amor, de entrega infinita pelos pecadores e pelo mundo inteiro”. “Jesus redime e resgata o mundo para Deus, toma para si todas as dores da humanidade para nos entregar a sua vida divina.”

Papa escreve as meditações da Via-Sacra no Coliseu

Mesmo em recuperação, o Papa Francisco fez questão de escrever pessoalmente as meditações da Via-Sacra de 2025, que será celebrada no Coliseu, em Roma. A informação foi confirmada pelo Vatican News e destaca a intenção do pontífice de manter o foco em temas como sofrimento humano, guerras, injustiças e a compaixão ativa dos cristãos.

“Esta Sexta-feira Santa será um momento de grande interiorização para o Papa, que com humildade e oração se une a todos os que sofrem, e convida os fiéis a viverem com profundidade o mistério da Cruz”, afirma a nota do Vaticano.

Sábado Santo: a vitória sobre a morte

Sábado Santo, a benção do fogo.

O Sábado Santo é um dia de silêncio e expectativa. À noite, a Igreja celebra a Vigília Pascal, considerada a principal missa do ano. A cerimônia começa com a bênção do fogo, acendimento do Círio Pascal e segue com a renovação das promessas batismais, além do batismo de adultos.

“Após a Sexta-feira Santa celebramos o Sábado Santo. Não é mais o antigo ‘sábado de aleluia’. É o dia em que se recorda Jesus no túmulo, à espera da ação de Deus que o ressuscita para a vida divina”. “A celebração começa com a bênção do fogo, que simboliza a purificação e a vida nova. Também a água é abençoada, representando o batismo, a vida nova em Cristo.”

 “As leituras recordam a saga de Israel, libertado do Egito por Moisés. Assim como Moisés atravessou o mar vermelho com o povo escravizado, Jesus, pela cruz, nos liberta do pecado. A água e o fogo são sinais dessa nova vida. A Vigília é uma missa longa, com várias leituras e salmos, começando na escuridão até que as velas e as luzes vão se acendendo, simbolizando a vitória da luz sobre as trevas, da vida sobre a morte.”

Domingo de Páscoa: a nova criação

Esperamos a vida eterna e o perdão dos nossos pecados como filhos e filhas de Deus

“O domingo é o grande dia da Páscoa. Foi na madrugada de um domingo que Jesus ressuscitou. Ele apareceu aos discípulos em sua nova condição divina, oferecendo também a nós a vida nova”. “A Páscoa cristã é consequência da Páscoa judaica, mas é também o anúncio da Páscoa de cada um de nós: esperamos a vida eterna e o perdão dos nossos pecados como filhos e filhas de Deus.”

A celebração da Ressurreição do Senhor é o ápice da fé cristã. A alegria toma conta das comunidades, os sinos voltam a soar e a Igreja proclama: Cristo vive! Aleluia!

Durante os oito dias seguintes, a chamada Oitava de Páscoa, a liturgia continua celebrando a Ressurreição como se fosse um único dia. É o tempo da nova criação, da esperança renovada e da certeza de que a morte não tem a última palavra.

 

 

Soares Filho (Redação)



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