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Possível elo entre máfia dos combustíveis, PCC e fintechs tem sede em MS


Sede da Copape fica neste edifício corporativo na área nobre de Campo Grande - Gerson Oliveira Por: Soares Filho | 29/08/2025 08:02

Um dos principais alvos da Operação Carbono Oculto, desencadeada nesta quinta-feira (28) por uma força-tarefa composta por órgãos federais e estaduais, coordenada pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (SP), é uma das maiores devedoras do fisco federal localizadas em Mato Grosso do Sul.

A Copape, formuladora de combustíveis que passou a ser investigada após concorrer com gigantes do setor, como Vibra (Postos Petrobras) e Ultrapar (Ipiranga), por exemplo, tem sede em Campo Grande e deve nada menos que R$ 563,5 milhões ao fisco federal, conforme dados da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.

Um dos principais alvos da Operação Carbono Oculto, desencadeada nesta quinta-feira (28) por uma força-tarefa composta por órgãos federais e estaduais, coordenada pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (SP), é uma das maiores devedoras do fisco federal localizadas em Mato Grosso do Sul.

As dívidas, de centenas de milhões de reais, e o possível esquema foram denunciados pelo Correio do Estado em dezembro de 2024. A Copape, formuladora de combustíveis que passou a ser investigada após concorrer com gigantes do setor, como Vibra (Postos Petrobras) e Ultrapar (Ipiranga), por exemplo, tem sede em Campo Grande e deve nada menos que R$ 563,5 milhões ao fisco federal, conforme dados da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.

COPAPE

No caso específico da Copape, trata-se de uma peça importante no esquema de lavagem de dinheiro e fraudes que favorece o crime organizado.

Ela é um dos elos com fintechs (empresas de tecnologia do setor financeiro) sediadas na região da Avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo (SP). É o caso, por exemplo, do BK Bank.

As autoridades ligadas à investigação informaram que o BK Bank teve R$ 17,7 bilhões em movimentações financeiras suspeitas. A Receita Federal estima que o esquema criminoso tenha sonegado R$ 1,4 bilhão em tributos federais, enquanto os tributos estaduais sonegados são estimados em R$ 7,6 bilhões.

Só em Mato Grosso do Sul, a Copape, formuladora de combustíveis ligada à Aster, sonegou quase metade dos tributos federais.

O inquérito aponta que o principal cliente do BK Bank no período investigado foi a distribuidora de combustíveis Aster. Dos R$ 17,7 bilhões em movimentações suspeitas, R$ 2,22 bilhões foram destinados à Aster.

A Aster teve sua atuação suspensa pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em 2024. A empresa pertence formalmente ao empresário Roberto Augusto Leme da Silva, conhecido como Beto Louco, mas o verdadeiro dono seria o empresário Mohamed Hussein Mourad.

Mourad era proprietário de uma rede de postos de combustível registrados em nome de laranjas. Ele também seria ligado à Copape.

Segundo as investigações, o grupo formado por Copape e Aster era dirigido por um testa de ferro: Renato Steinle de Camargo, diretor administrativo das empresas, que, na prática, seriam geridas por Mohamed Hussein Mourad e Roberto Augusto Leme da Silva.

Essas duas empresas teriam ligação com o PCC, que, segundo a investigação, achacava donos de postos de combustíveis de bandeiras independentes para venderem suas lojas, sob ameaça de morte. Nesses locais, ainda conforme a investigação, eram vendidos também combustíveis adulterados.

“Outra fraude detectada envolvia a adulteração de combustíveis. O metanol, importado supostamente para outros fins, era desviado para uso na fabricação de gasolina adulterada, com sérios prejuízos para os consumidores”, explicou a Receita Federal, em nota.

A OPERAÇÃO

A operação, proclamada pelo Gaeco de São Paulo e forças federais como a “maior operação contra o crime organizado da história do País em termos de cooperação institucional e amplitude”, tem o objetivo de desmascarar e pôr fim a um esquema de fraudes e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis.

Organizações criminosas, como o PCC, estão envolvidas no esquema, segundo a investigação.

“Estão na mira da investigação vários elos da cadeia de combustíveis controlados pelo crime organizado, desde a importação, produção, distribuição e comercialização ao consumidor final até os elos finais de ocultação e blindagem do patrimônio, via fintechs e fundos de investimentos”, informou a Receita Federal.

Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram cumpridos contra mais de 350 alvos em todo o País, sendo 8 em Mato Grosso do Sul.

“As investigações apontam que o sofisticado esquema engendrado pela organização criminosa, ao mesmo tempo que lavava o dinheiro proveniente do crime, obtinha elevados lucros na cadeia produtiva de combustíveis. O uso de centenas de empresas operacionais na fraude permitia dissimular os recursos de origem criminosa. A sonegação fiscal e a adulteração de produtos aumentavam os lucros e prejudicavam os consumidores e a sociedade”, afirmou a Receita Federal.

“Formuladoras e distribuidoras, além de postos de combustíveis também vinculados à organização, sonegavam reiteradamente tributos em suas operações de venda. A Receita Federal já constituiu créditos tributários federais de um total de mais de R$ 8,67 bilhões em pessoas e empresas integrantes do esquema”, completou.

Ainda de acordo com a Receita Federal, os recursos adquiridos por meio da atividade eram destinados para fintechs e movimentados por diversas contas até tomarem ar de legalidade, quando o grupo adquiria bens como caminhões, imóveis de luxo em Trancoso (BA) e fazendas no interior de São Paulo.

OUTRA DEVEDORA

Iguatemi é sede da Vetor Comércio de Combustíveis Ltda., empresa que deve R$ 1,72 bilhão em impostos federais e que, segundo a PGFN, é a maior devedora de tributos do Estado.

Não há confirmação de que a Vetor esteja entre os alvos da operação, mas a empresa já é investigada pela Receita Federal há algum tempo. Oficiais de Justiça de Mato Grosso do Sul, inclusive, enfrentam dificuldades para intimar os responsáveis pela companhia em Iguatemi.

A OPERAÇÃO

A operação, proclamada pelo Gaeco de São Paulo e forças federais como a “maior operação contra o crime organizado da história do País em termos de cooperação institucional e amplitude”, tem o objetivo de desmascarar e pôr fim a um esquema de fraudes e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis.

Organizações criminosas, como o PCC, estão envolvidas no esquema, segundo a investigação.

“Estão na mira da investigação vários elos da cadeia de combustíveis controlados pelo crime organizado, desde a importação, produção, distribuição e comercialização ao consumidor final até os elos finais de ocultação e blindagem do patrimônio, via fintechs e fundos de investimentos”, informou a Receita Federal.

Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram cumpridos contra mais de 350 alvos em todo o País, sendo 8 em Mato Grosso do Sul.

“As investigações apontam que o sofisticado esquema engendrado pela organização criminosa, ao mesmo tempo que lavava o dinheiro proveniente do crime, obtinha elevados lucros na cadeia produtiva de combustíveis. O uso de centenas de empresas operacionais na fraude permitia dissimular os recursos de origem criminosa. A sonegação fiscal e a adulteração de produtos aumentavam os lucros e prejudicavam os consumidores e a sociedade”, afirmou a Receita Federal.

“Formuladoras e distribuidoras, além de postos de combustíveis também vinculados à organização, sonegavam reiteradamente tributos em suas operações de venda. A Receita Federal já constituiu créditos tributários federais de um total de mais de R$ 8,67 bilhões em pessoas e empresas integrantes do esquema”, completou.

Ainda de acordo com a Receita Federal, os recursos adquiridos por meio da atividade eram destinados para fintechs e movimentados por diversas contas até tomarem ar de legalidade, quando o grupo adquiria bens como caminhões, imóveis de luxo em Trancoso (BA) e fazendas no interior de São Paulo.

OUTRA DEVEDORA

Iguatemi é sede da Vetor Comércio de Combustíveis Ltda., empresa que deve R$ 1,72 bilhão em impostos federais e que, segundo a PGFN, é a maior devedora de tributos do Estado.

Não há confirmação de que a Vetor esteja entre os alvos da operação, mas a empresa já é investigada pela Receita Federal há algum tempo. Oficiais de Justiça de Mato Grosso do Sul, inclusive, enfrentam dificuldades para intimar os responsáveis pela companhia em Iguatemi.

 

Correio do Estado



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