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Estagiária da Vara Criminal é investigada por vazar informações sigilosas à facção


Foto: Divulgação Por: Soares Filho | 14/10/2025 19:32

A Polícia Civil de Naviraí deflagrou, na manhã desta terça-feira (14), a Operação “Argos Panoptes”, com o objetivo de esclarecer o vazamento de informações sigilosas relacionadas à Operação “Adsumus – Fase 2”, deflagrada no último dia 7 de outubro. A ação contou com o apoio da Delegacia Regional, da Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM) e da própria 1ª Delegacia de Polícia de Naviraí, e resultou no cumprimento de três mandados de busca e apreensão domiciliar.

De acordo com informações policiais, as investigações apontam que o vazamento teria se originado na Vara Criminal de Naviraí, onde atuava uma estagiária. Ela teria tomado conhecimento da operação e repassado as informações à irmã, uma advogada, que por sua vez comunicou o irmão, já conhecido no meio policial por envolvimento com o tráfico de drogas e por ser simpatizante da facção criminosa PCC. O homem teria sido o responsável por divulgar os dados em um grupo de mensagens.

O caso veio à tona após a análise do celular de um dos alvos da Operação Adsumus – Fase 2, onde os investigadores localizaram um grupo de mensagens com integrantes e simpatizantes do PCC. Nesse grupo, foram encontradas informações detalhadas sobre a data da operação e o uso de um helicóptero policial, o que levantou suspeitas sobre um possível vazamento.

Com base nas mensagens, a Polícia Civil conseguiu rastrear a origem da divulgação e identificar os demais envolvidos na propagação do conteúdo sigiloso. Segundo a corporação, o vazamento prejudicou os trabalhos investigativos, pois alguns alvos não foram localizados em suas residências e outros conseguiram apagar dados de seus celulares antes da chegada das equipes.

Durante a Adsumus – Fase 2, quatro pessoas foram presas em flagrante por tráfico de drogas, mas o comprometimento do sigilo acabou afetando parte dos resultados da operação.

Diante dos fatos, a autoridade policial instaurou inquérito para apurar as responsabilidades. A estagiária, a irmã advogada e o irmão suspeito de repassar as informações estão sendo investigados com base no artigo 2º, §1º, da Lei nº 12.850/2013, que trata dos crimes relacionados a organizações criminosas.

Nome da operação

O nome “Argos Panoptes” faz referência a um personagem da mitologia grega, um gigante de cem olhos que nunca dormia completamente, simbolizando a vigilância constante. O título foi escolhido pela Polícia Civil para representar o trabalho minucioso e atento das equipes envolvidas na investigação, que buscam garantir a integridade das ações policiais e evitar novos vazamentos de informações sigilosas.

Douradosnews



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