A crise entre com os EUA, provocada pela decisão do presidente republicano Donald Trump de taxar em 50% as exportações brasileiras, só será resolvida com o restabelecimento do diálogo. Esta é a avaliação do senador Nelsinho Trad (PSD), presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado, propondo o uso da diplomacia parlamentar para preservar os mais de 200 anos de laços históricos com os EUA.
O impacto da taxação atinge diretamente setores estratégicos da economia brasileira, especialmente o agronegócio sul-mato-grossense. “Temos que buscar a pacificação entendimento para que nosso comércio não seja prejudicado”, argumentou o senador, que está mobilizando os congressistas para levar a ideia adiante e com celeridade.
A taxação foi comunicada ao presidente Lula, na qual Trump se justifica afirmando que a nova tarifa atende interesses da economia de seu país e é também uma resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “O embate comercial ignorou análises técnicas e escalou para uma crise diplomática”, opinou o senador. “Está criado um imbróglio político, que ninguém sabe onde vai parar se não houver diálogo pela solução”, frisou.
Missão em Washington
Segundo Nelsinho Trad, o encarregado de negócios da Embaixada dos EUA em Brasília, Gabriel Escobar, sugeriu a criação de uma missão parlamentar brasileira para ir a Washington dialogar diretamente com o Congresso norte-americano. Esta iniciativa já conta com o apoio do vice-presidente Geraldo Alckmin. “Temos autoridade e tradição de diálogo, há caminhos abertos para o entendimento”, disse.
Na esteira desta aposta de Nelsinho pela missão diplomática, a senadora Tereza Cristina (PP), vice-presidente da Comissão e relatora da Lei da Reciprocidade Econômica, reforçou a importância da serenidade de ânimos e da busca de conversas, à exaustão, para que o impasse tenha desfecho satisfatório aos dois países. “As nossas instituições precisam ter calma e equilíbrio nesta hora. Brasil e Estados Unidos têm longa parceria e seus povos não devem ser penalizados”, declarou.
Folha de Campo Grande